segunda-feira, 17 de abril de 2017

Relembre os conturbados bastidores de A Padroeira

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Hoje estreia a reprise de "A Padroeira" na TV Aparecida. Será a primeira novela da Globo a reprisar em outro canal que não seja do grupo comandado pela família Marinho. A novela, considerada até agora como o único fracasso de Walcyr Carrasco, enfrentou todo o tipo de imprevisto em seus bastidores: de mudanças no enredo, brigas nos bastidores até a diretor falecido no meio da trama. Saiba mais detalhes abaixo:

Inspiração


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Como em todos os seus trabalhos, Walcyr se inspirou em um clássico da literatura para escrever "A Padroeira". Desta vez, a história escolhida para nortear a trama principal foi o romance "As Minas de Prata" de José de Alencar. O livro já havia sido adaptado para a televisão, por Ivani Ribeiro, em 1966, na novela produzida pela TV Excelsior, também dirigida por Walter Avancini, com Fúlvio Stefanini e Regina Duarte vivendo os personagens equivalentes a Luigi Baricelli e Deborah Secco nesta nova versão. O curioso é que Paulo Goulart estava nas duas novelas vivendo o mesmo tipo de papel: pai que é contra o casamento do casal de mocinhos, e Walter também precisou se afastar das duas tramas por motivos de doença. Em "Minas" seu substituto foi Carlos Zara, que também vivia o vilão Padre Molina. Outros atores de "A Padroeira" que também estiveram em "As Minas de Prata" eram Susana Vieira (Joaninha) e Stênio Garcia (Dom José). Grande parte dos nomes dos personagens foram alterados em "A Padroeira", à exceção de Molina, desta vez interpretado por Luís Melo. Além da obra de Alencar, Walcyr também usou elementos de Shakespeare e Alexandre Dumas. Sobre a saga amorosa dos protagonistas Cecília e Valentim, o autor disse à época: "É um "Romeu e Julieta" mesmo".


Autor à jato


Resultado de imagem para a padroeira walcyr carrascoWalcyr Carrasco e Walter Avancini já tinham trabalhado juntos em outros sucessos, como a lendária "Xica da Silva", da Manchete, e "O Cravo e A Rosa", que era a última novela que Walcyr tinha escrito antes de "A Padroeira". À propósito, as duas novelas tiveram apenas um intervalo de três meses de descanso: "O Cravo e a Rosa" terminou em 10 de março de 2001, e "A Padroeira" iniciou em 18 de junho, ou seja, um recorde até mesmo para Walcyr, que é conhecido no meio como sendo um autor que escreve uma novela em tempo curtíssimo.

Diretor falecido


Resultado de imagem para a padroeira novela walter avanciniMas nem tudo saiu como o planejado. A começar pelo diretor, Walter Avancini, que piorou do câncer e precisou ser afastado da trama em julho. Ele não resistiu e faleceu em 26 de setembro, aos 66 anos. Dentre os atores que estiveram no elenco, estava Luigi Baricelli, que trabalhava pela primeira vez com o diretor e disse: "Vou guardar a lembrança de uma pessoa que me ensinou muito, apesar do pouco contato. Ele passava conceitos em poucas palavras. Também em poucas palavras, tirava de você o que você podia render".

Mudanças polêmicas


Resultado de imagem para roberto talmaAvancini foi substituído por Roberto Talma, que devido aos baixos índices de audiência da trama, promoveu em parceria com o autor diversas mudanças na novela. Muitos personagens foram tirados da história, alguns mudaram de personalidade, novos foram inseridos e alguns ganharam mais destaque. Dentre os excluídos estava Raquel Nunes (Celeste), que alegou ao Estadão que nenhum comunicado oficial foi feito:

"Uma repórter ligou para a Maria Ribeiro (que interpreta a Rosa Maria) e perguntou o que ela achava de deixar da novela. A Maria foi saber o que estava acontecendo e descobriu que nós todos íamos sair. O pior foi a atitude do Talma. Ele podia perder cinco minutos do seu precioso tempo e falar conosco, nos tratar com dignidade e respeito".

Apesar das críticas, o autor disse ao mesmo jornal que isso já estava previsto.

"O que o Talma está fazendo é imprimir seu estilo vigoroso às cenas românticas. Tudo está sendo feito com a minha participação (...) Quem assistiu a outras novelas minhas sabe que entrada e saída de personagens é absolutamente comum e normal no meu estilo. Estou particularmente feliz por poder contar com uma atriz como a Suzana Vieira", diz Carrasco. "É absolutamente normal, depois de um mês de estreia, uma avaliação da novela. Nesse caso, só virou notícia por causa da entrada de um novo diretor, motivada pela doença do Avancini. O resto é especulação. Criar, recriar, dar reviravoltas, transformar a história é parte do processo de trabalho de uma novela, comum a todos autores. Às vezes, a interpretação de um ator é tão surpreendente, que ele acaba criando mais espaço na trama, abrindo novos caminhos para o autor. É o que está acontecendo, por exemplo, com a personagem da Imaculada, da Elizabeth Savalla, que ela está fazendo genialmente".

Resultado de imagem para a padroeira novela isabel diogo e faustinoAs caras novas eram uma trupe de artistas - Dorotéia (Suzana Vieira), Faustino (Rodrigo Faro) e Agnes (Ana Paula Tabalipa) , além do juiz Honorato, sua filha Zoé (Cecília Dassi), Padre Gregório (Daniel Oliveira) e o capitão-do-mato Inocêncio (Jandir Ferrari). Dentre estes personagens, o que ganhou mais destaque foi Faustino, que formou um triângulo amoroso com Isabel (Mariana Ximenes) e Diogo (Murilo Rosa) e levou a melhor, conquistando a amada no fim da trama. Já Diogo se apaixonou pela escrava Clarice (Isabel Fillardis) e casou com a moça.

Traçando um paralelo com tramas seguintes do Walcyr, o triângulo Isabel - Diogo - Faustino era muito semelhante ao de Mafalda - Romeu - Zé dos Porcos de "Êta Mundo Bom", com direito a cenas de nudez de Diogo em alguns momentos. O núcleo ganhou tanto destaque que até ofuscou os protagonistas da trama, apesar de que a grande protagonista da novela era mesmo a santa.

Segundo o autor, todos os fatos relacionados à imagem da Nossa Senhora Aparecida mostrados na novela são reais (de acordo com registros da Igreja Católica) e as historias referentes a ela foram contadas praticamente sem alterações, embora tenham ocorrido em datas diversas da apresentada na trama.

Outras mudanças incluem personagens que tiveram a personalidade alterada, como a protagonista Cecília. Outrora mocinha ingênua e romântica, a personagem de Deborah Secco ganhou ares modernos, se tornando uma mulher de fibra. Mais cenas de amor e de comedia pastelão foram inseridas e a vilã amargurada e ressentida Imaculada (Elizabeth Savalla) ganhou contornos cômicos.

E essas alterações se refletiram na história: a bruxa Úrsula vivida por Yoná Magalhães seria a mãe desaparecida de Valentim, mas com a ida da atriz para "As Filhas da Mãe" (Yoná chegou a gravar as duas novelas simultaneamente!), tal função passou para Dorotéia. E Imaculada acreditava que Antônio (Stênio Garcia) era o pai de Izabel, mas com a ida do ator para ""O Clone", tal trama foi deixada de lado.

Novas Parcerias


Imagem relacionadaFalando nela, se "A Padroeira" marcou o fim abrupto da parceria entre Carrasco e Avancini, a novela marcou também o início da nova parceria entre o autor e Elizabeth Savalla. O autor gostou tanto da beata interpretada pela atriz que a chamou para fazer diversos trabalhos seguintes, a maioria seguindo a mesma linha do humor: Jezebel de "Chocolate com Pimenta", Rebeca de "Sete Pecados" e mais recentemente, a Cunegundes de "Êta Mundo Bom" são alguns desses papeis, mas ela também fez tipos mais densos e menos engraçados, como a Agnes de "Alma Gêmea" e a Socorro de "Caras e Bocas". Hoje em dia é até meio difícil imaginar uma novela do Walcyr sem ela no elenco, embora exceto as anteriores à 2001, Savalla não tenha participado do remake de "Gabriela", de "Verdades Secretas" e da próxima novela das 9, que tem o título provisório de "O Outro Lado do Paraíso".

Outros atores de "A Padroeira" que estiveram na novela seguinte foram Mariana Ximenes (Isabel), que viveu a protagonista Ana Francisca, Rodrigo Faro (Faustino), que foi o advogado Guilherme, Laura Cardoso (Silvana), que era a vovó Carmem, Isaac Bardavid (Filipe Pedroso), que dava vida ao Paulo, Samuel Melo (Cosme), que era o Beleza e Luiz Antônio do Nascimento (Damião), que interpretou Joia, além de Cláudio Corrêa e Castro, o conde Claus de "Chocolate" que fez uma participação na trama de 2001 como Dom Agostinho de Miranda e Patrícia França, a Blanca de "A Padroeira" que participou da novela de 2003 como Drª Sofia Menezes.

Esticamento da trama


Mesmo não indo bem na audiência, conseguindo apenas médias de 25 pontos no Ibope (a meta para o horário era 30) e com todos os problemas, "A Padroeira" foi esticada até meados de janeiro de 2002 por conta do cancelamento de "Dança da Vida", de Maria Adelaide Amaral, que seria sua sucessora e não foi exibida por abordar política às vésperas do período eleitoral. A novela acabou ficando com 215 capítulos, sendo que o último teve 39 pontos de média, com picos de 43. Mas mesmo assim, sua média geral foi de 26 pontos, considerada baixa para a época.

Bastidores movimentados


Apesar de ser uma trama inspirada na religião católica, os bastidores eram bem mais tensos. Com as já citadas mudanças de elenco e outros fatores de estresse, incluindo o baixo Ibope, o espichamento da história deixaram os atores nervosos. O então colunista da Folha de S. Paulo Ricardo Feltrin afirmou que o estresse foi tanto que Mariana Ximenes teria se internado em um spa após terminar a novela e que dois atores teriam brigado durante as gravações.

Resultado de imagem para a padroeira novela diogoEmbora os nomes dos envolvidos nunca tenham sido divulgados, muitos afirmam que Elizabeth Savalla e Susana Vieira teriam se desentendido a tal ponto que nem se falavam mais. Esta história veio à tona durante a exibição de "Amor à Vida", novela na qual as duas atrizes se encontraram novamente. Claro, Susana desmentiu tudo, disse se tratar de mais uma invenção da imprensa e até elogiou a suposta rival no Video Show.

Mas mesmo assim, ainda havia espaço para o amor. Dois dos atores principais, Deborah Secco e Maurício Mattar, iniciaram um relacionamento durante as gravações da novela. O namoro durou até 2002.

Outros nomes da novela que já nos deixaram

Resultado de imagem para a padroeira novela dom lourençoAlém do diretor Walter Avancini, também já faleceram atores como Paulo Goulart (Dom Lourenço de Sá), Norton Nascimento (Zacarias), Yoná Magalhães (Úrsula), Ida Gomes (Zuleica) e o diretor substituto Roberto Talma.

Fontes


A Padroeira - Teledramaturgia
As Minas de Prata - Teledramaturgia
Diário de Cuiabá - Walcyr Carrasco enfrenta novo desafio com "A Padroeira" 
ISTOÉ Gente Online - Nova direção tenta salvar novela A Padroeira
Estadão - Esquenta o clima nos bastidores de "A Padroeira"
Estadão - Amigos despedem-se de Avancini
Folha Online - Colunas Ooops! - Notinhas da Fama - 30/01/2002
F5 - Para evitar brigas, Susana Vieira e Elizabeth Savalla não se cruzam nos bastidores da Globo

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Apostas para A Força do Querer


Hoje finalmente estreia A Força do Querer, nova novela das 9 que vem com a difícil missão de resgatar o sucesso dos tempos de outrora. Mas como será que a trama de Glória Perez vai se sair na audiência? Será que o povão vai gostar? Quais personagens farão sucesso e quais ficarão apagados? O A.N.A. trará os seus palpites!

Trama

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"Após uma década e meia apresentando a cultura de outros países, Gloria Perez decidiu mostrar os costumes brasileiros em seu novo projeto. A Região Norte foi escolhida como cenário. A viagem é feita de barco até o fictício vilarejo de Parazinho. É lá que, no primeiro capítulo, Zeca (Marco Pigossi) e Ruy (Fiuk) - ainda crianças - se afogam e são salvos por índio que entrega à dupla uma espécie de amuleto e lhes dá um aviso: a água que os uniu será a mesma que irá separá-los.
Uma grande desilusão amorosa é capaz de revirar a vida de qualquer pessoa e pode abrir caminhos para nova paixão. É isso que vai acontecer com Zeca. É no bairro de Portugal Pequeno que ele se refugia para esquecer Rita (Isis Valverde), que o abandonou logo após o casamento. E será nesta localidade de Niterói, bem distante de Parazinho, palco de sua desilusão amorosa, que ele vai conhecer Jeiza (Paolla Oliveira), uma mulher completamente diferente de todas que ele já conheceu".
A própria Glória, que é natural do Acre, já tinha falado sobre a região na sua minissérie Amazônia - De Galvez a Chico Mendes, em 2007. E mais recentemente, a novela Além do Horizonte tinha boa parte de suas cenas nessa região.

Essa parte meio mística da trama pode causar desconfiança inicial em alguns telespectadores mais exigentes e gerar cobranças caso Zeca e Ruy não tenham mais conflitos no decorrer da trama. E é o que pode acontecer se Fiuk se sair muito mal na novela e tiver seu espaço reduzido, que nem Bahuan de Caminho das Índias. Este tipo é muito arriscado: playboy mimado que rouba a namorada de um rapaz pobre, se não for feito por um ator carismático que cative o público, já era.

Percebam que há uma vaga semelhança ao núcleo principal de Haja Coração. Temos um caminhoneiro brutamontes (Zeca/Apolo) que disputa o amor de uma mulher (Ritinha/Tancinha) com um ricaço que promete o mundo (Beto/Ruy) e se envolve com outra que é meio feminista e não se deixa intimidar pelos homens (Tamara/Jeiza). Mas se Haja Coração tinha um viés mais machista, A Força do Querer segue (ou tentará seguir) caminho oposto: a força feminina será mais forte e dominante dessa vez. Talvez isso tenha a ver com o fato de que quem escreve essa novela é uma mulher, enquanto que Haja Coração foi escrita por um homem (Daniel Ortiz). Mas o fato é que os machões terão que se desconstruir um pouquinho se não quiserem terminar sós.

"Bibi (Juliana Paes) é uma mulher linda e cheia de personalidade, que necessita do fogo de uma paixão arrebatadora para ver sentido em sua vida. É em função disso que ela termina um noivado estável com o colega da faculdade de Direito Caio (Rodrigo Lombardi), para se entregar de corpo e alma à adrenalina que Rubinho (Emilio Dantas), um estudante de Química que faz bicos como garçom, lhe proporciona. 
'Falta encantamento!' Essas palavras, ditas por Bibi, ainda soam na cabeça de Caio. Com coração partido, o advogado se mudou para os Estados Unidos, abandonando de vez o plano de fazer parte da diretoria da empresa de seus primos, a Irmãos Garcia. Passados 15 anos, ele está de volta ao Rio e o destino tratará de fazer Bibi cruzar o seu caminho novamente.
Casada com Rubinho e mãe de Dedé, Bibi precisou interromper a faculdade para trabalhar e garantir o sustento da família. A vida do casal é cheia de paixão, mas com pouco dinheiro. Aurora (Elizângela), mãe dela, não se conforma com a escolha da filha e recorre a Caio quando Bibi está para ser despejada de casa. Surpreendentemente, o advogado decide ajudar e empresta um imóvel para a ex morar com família, desde que Aurora não revele à filha quem a está ajudando.
Amor, vingança ou apenas uma boa ação? Nem Caio consegue entender o que o leva a tomar tal decisão. Em princípio, a vida de Bibi melhora, mas sua louca paixão por Rubinho a levará a fazer escolhas erradas. Ela vai entrar no mundo crime e ficará conhecida por todos como “Bibi Perigosa”. A esta altura, Caio estará ocupando um alto cargo ligado à Justiça e viverá um grande conflito íntimo entre a ética e o seu grande amor".

Essa promete ser a parte mais intrigante da trama. A Bibi Perigosa é inspirada numa personagem real, que saiu da vida do crime e escreveu um livro sobre o assunto. Mas Caio pode ser o calcanhar de aquiles desse núcleo promissor. Motivo? Caio parece ser a nova versão de Théo de Salve Jorge, mocinho apagado e muito criticado da novela anterior de Glória Perez.

Mas assim como Salve Jorge, o ponto alto da trama promete ser o que envolve uma investigação policial. Em determinado momento, Bibi ficará cada vez mais perigosa e mobilizará vários personagens em sua perseguição, incluindo Jeiza, e a novela ganhará contornos policialescos nessa parte. O público provavelmente se vai assistir e torcer para que Jeiza pegue Bibi ou para que Bibi consiga fugir de Jeiza. E isso pode se refletir no Ibope.

"A empresa Irmãos Garcia é uma das maiores empresas de ramo alimentício no Brasil, comandada com pulso firme pelos irmãos Eugênio (Dan Stulbach) e Eurico (Humberto Martins). Embora parceiros, eles têm temperamentos completamente opostos. Eugênio quer sair do posto de chefia que ocupa e seguir a tão desejada carreira de advogado. No entanto, diversos infortúnios o fizeram adiar seus planos e, passados 15 anos, com Ruy já adulto, chega a hora de realizar o sonho adiado.
Esta decisão vai acirrar os ânimos familiares. Assim como o irmão Eurico, Joyce (Maria Fernanda Cândido), esposa de Eugênio, também não aceita o plano do marido. E este será apenas um dos dilemas familiares. O casal terá que lidar com as consequências das confusões de Ruy, que em uma viagem ao norte do país, se encanta por Rita (Isis Valverde) e coloca em risco seu noivado com Cibele (Bruna Linzmeyer). 
Já Ivana (Carol Duarte), a filha mais nova do casal, criada como a princesinha dos pais, se revelará trans homem. Ela vai querer resgatar a sua identidade: é um homem que nasceu em um corpo de mulher. Como a casal vai reagir diante desses turbilhões?"

Como o público vai reagir diante desse turbilhão, isso sim! O transexualismo é o grande trunfo da A Força do Querer e antes mesmo da novela estrear, já gera polêmicas. Uns ativistas implicaram com a escolha de uma mulher para o papel, e outros simplesmente não gostaram de ver esse assunto na TV. Nossa aposta é que apesar de alguns textões iniciais criticando a abordagem, A Força do Querer fará sucesso entre os ativistas LGBT e será considerada um marco para eles. Mas Glória Perez terá que lidar com os constantes ataques dos homofóbicos de extrema-direita e de evangélicos liderados por Silas Malafaia que tentarão promover outro boicote à novela.

"Em meio à crise em seu casamento, Eugênio se envolverá com a misteriosa Irene (Débora Falabella).  Arquiteta e amiga de Silvana (Lília Cabral), a moça é manipuladora e é capaz de tudo para conseguir o quer. Tem um passado extremamente perigoso e desconhecido das outras personagens". 

Esse núcleo vem sendo apontado como sendo extremamente similar ao de Caminho das Índias. Irene, vivida por Débora Falabella, tem um quê de Ivone: seduz um ricaço insatisfeito com sua vida e com o casamento em crise para dar o golpe nele e ficar com toda a sua grana. 

"Do outro lado da família Garcia tem Eurico, um homem cético que quer ter o controle sobre tudo e sobre todos. Sua esposa, Silvana (Lilia Cabral), é o oposto. Viciada em jogo, vai cair de cabeça na dependência, colocando em risco o patrimônio da família. A filha do casal é Simone (Juliana Paiva), uma jovem linda e vaidosa e melhor amiga da prima Ivana".

O vício em jogo já tinha aparecido em Salve Jorge com o personagem Celso (Caco Ciocler), mas agora o tema terá uma abordagem ainda mais ampla, mostrando como o jogo destrói a vida das pessoas. É um tema importante, ainda mais com as crescentes discussões em torno da legalização da jogatina no Brasil. A novela pode dar um banho de água fria em quem defende a legalização e aumentar o número de opositores dessa ideia.

Quais personagens farão sucesso?

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A novela terá vários protagonistas, mas os tipos que mais chamam a atenção são Ritinha, a sereia de Ísis Valverde, Jeiza, a policial e lutadora de MMA nas horas vagas interpretada por Paolla Oliveira, e Bibi, personagem de Juliana Paes que se torna traficante por causa do namorado. Se a imprensa não para de falar da sereia, da policial lutadora e da traficante, o público então...

Outros personagens que podem bombar são Edinalva (Zezé Polessa) e Abel (Tonico Pereira), que prometem ser tipos bastante divertidos. Ela é mãe de Ritinha e ele é pai de Zeca, os dois não aprovam o relacionamento entre seus filhos e vivem implicando um com o outro. Eles provavelmente terão bordões e serão o alívio cômico da trama, já que Zezé e Tonico são experientes no humor e sempre cativam o público quando interpretam esse tipo de personagem.

Ainda tem o núcleo cosplayer, com Yuri (Drico Alves), Heleninha (Totia Meirelles) e Junqueira (João Camargo), que vivem em conflito com o garoto que se veste como personagens de animes e desenhos animados e vive no celular. Os pais poderão entender melhor esse fenômeno e os otakus podem gostar de se ver retratados numa novela pela primeira vez.

Algumas novelas anteriores, como A Regra do Jogo, pecaram pela falta de química entre os casais. A Força do Querer aparentemente não sofrerá desse mal, já que veremos reedições de alguns casais de sucesso, como Juliana Paes e Rodrigo Lombardi, que foram Maya e Raj em Caminho das Índias  e Ísis Valverde e Marco Pigossi, que foram Sandra e Rafael em Boogie Oogie. Ambos os casais serão par romântico novamente, e há grandes chances deles terminarem juntos, ainda mais se Marco não tiver química com Paolla Oliveira.


Quais personagens serão criticados?

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O playboy Ruy foi motivo de controvérsias assim que anunciaram que Fiuk seria seu intérprete. Muitos não gostam do filho do Fábio Jr. como ator e o consideram um canastrão, e agora que ele fará um protagonista, a chance dele se sair mal é muito grande. Vamos torcer para que Fiuk tenha evoluído como ator e dê conta do recado, mas aviso logo: mesmo que ele vá bem, a má vontade contra ele é grande.

Outro que vem sendo alvo de críticas é Marco Pigossi. Zeca já é o seu quarto mocinho consecutivo e muitos o consideram um ator limitado porque vem fazendo sempre o mesmo tipo de personagem. Além dele, o outro mocinho masculino que tem gerado desconfiança é Caio, que, como já dissemos, parece ser uma reedição de Théo de Salve Jorge. e pode ser que seja tão chato e PasThéo quanto.

E também os personagens avulsos: Cibele, que também era creditada como uma das protagonistas, mas agora mal aparece nas chamadas. A personagem é (ou era) noiva do Ruy até ele chifrá-la com Ritinha. Não sabemos se isso se deve ao fato de que Bruna Linzmeyer assumiu um namoro com uma mulher no ano passado (com quem já terminou) e foi vista recentemente aos beijos com outra. O fato é que se ela tiver algum destaque, será mais para o meio da novela. E também Simone. Vejam que só mencionam que ela é filha de Silvana e Eurico e amiga da prima Ivana, de quem certamente será a orelha de suas angústias sobre seu próprio corpo. Prevemos que se a situação continuar assim, os fãs de Juliana Paiva vão ficar bastante desapontados com a novela, a não ser que Glorinha tenha uma carta na manga envolvendo a personagem que ela só divulgará nos próximos meses.

Incógnitas

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O núcleo dos irmãos Garcia lembra muito o da família Cadore, com destaque para a golpista Irene. Sobre a personagem de Débora Falabella, Glória Perez já adiantou que ela é muito pior que a Ivone. Vale lembrar que ela escreveu Dupla Identidade, série na qual Débora esteve no elenco, e deve ter um vasto repertório sobre psicopatas. 

E também o transexualismo, que pode ser criticado e ter sua abordagem reduzida ou aclamado e virar realmente um marco na teledramaturgia brasileira. A Globo tentou preparar os telespectadores sobre o tema com a série do Fantástico Quem Sou Eu?, encerrada no último domingo, e vamos torcer para que os brasileiros se sensibilizem com o assunto e a discriminação aos trans diminua com essa novela.

Ao menos, o título terá a ver com a trama:

"Em A Força do Querer, os caminhos de diferentes personagens se cruzam quando suas trajetórias pessoais os levam ao limite, fazendo-os ultrapassar seus horizontes, desafiar barreiras e vencer conflitos. Nesse percurso, a força do querer de um afeta a força do querer do outro, determinando, assim, os rumos desta história". 

Ibope


Primeiro capítulo deve ter Ibope baixo: 25, e deve seguir baixo, porém aumentando com o decorrer da trama. Apostamos em picos de 40 ou mais nas últimas semanas da novela.

A Força do Querer pode não fazer sucesso, mas vai recuperar os índices perdidos com A Lei do Amor e levantar o Ibope para que O Outro Lado do Paraíso, de Walcyr Carrasco, tenha uma entrega melhor.


Repercussão


Na primeira semana não faltarão elogios à novela, afinal ela promete ser melhor que A Lei do Amor. Depois, começarão as brigas de shippers de casais, alguns acusarão a novela de ser muito absurda,  o transexualismo dominará as controvérsias, com várias críticas homofóbicas, bolsominions dirão que a autora é esquerdista, Silas Malafaia comandará outro boicote às novelas, Glória Perez vai bloquear meio mundo de críticos no Twitter, mas depois a novela vai parar nos Trends por causa da caçada à Bibi Perigosa.

Prêmios?


Se a novela fizer muito sucesso, vai papar todos os prêmios, principalmente o de Atriz Revelação (Carol Duarte), Melhor Atriz (Paolla Oliveira, Juliana Paes ou Ísis Valverde), Melhor Novela e até um Emmy.

Legado


No futuro, se lembrarão de A Força do Querer como a novela da menina trans, da policial lutadora de MMA, da sereia e da Bibi Perigosa.